.

Livros do autor: Direito do consumidor, sociologia, política etc. Amazon [clique aqui para acessar], um dos sites mais conceituados em livros digitais. Os livros são de minha autoria.

Pesquisar este blog

Pensar e Existir pelo celular. Digite o endereço (link)!

Voltar para a Primeira Página Adicione aos Favoritos | Apenas Internet Explorer Entre para nossa comunidade no Orkut Facebook mande para Google Mande e-mail Assine o nosso Feed Leitor: o pensador

Trânsito Escola

Artigos
Comentários

O fracasso dos relacionamentos amorosos atuais

Olá pessoal. Quanto tempo. Sei que andei afastado deste blog por motivos de tempo (escasso). Mas aqui estou e mais um tema que merece análise.

O fracasso dos relacionamentos amorosos atuais

Por que os relacionamentos em geral entre os seres humanos a cada dia estão mais difíceis? Algumas pessoas dizem que se deve ao conturbado viver seja problemas de emprego, escassez de dinheiro, jornada de trabalho extenuante, doenças por contaminações do solo, água e ar, corrupções nos setores públicos. Enfim, uma série de eventos que faz o ser humano ficar estressado.

Os relacionamentos amorosos estão superficiais. Alguns dizem que antes da liberdade feminina, estas ficavam a mercê do homem, ou seja, como as mulheres não tinham como se sustentarem sozinhas, mas isto no tempo de nossas avós, não podiam deixar o marido infiel ou grosseiro, sem amor. A própria sociedade recriminava a mulher que se separasse ou ficasse solteira: fruto podre.

Vieram a Segunda Guerra Mundial e, depois, a pílula anticoncepcional. As mudanças sociais foram enormes em relação à liberdade feminina – contudo nem sempre foi assim, pois em algumas culturas a mulher tinha voz ativa – fazendo com que elas pudessem trabalhar – fora de casa -, votar etc.

A lei do divórcio foi institucionalizada permitindo a dissolução do matrimônio diante de cônjuge infiel, grosseiro etc. e a liberdade feminina aconteceu. E na era das liberdades femininas o poder de escolha. Uma das grandes liberdades feminina foi quanto ao prazer sexual. Antes a mulher não podia demonstrar seus desejos, fantasias. A mulher apenas servia como depósito de desejos do homem. E aí da mulher se pensasse em posição diferente, pois poderia ser considerada promiscua – claro que no mundo ocidental já que o Kama Sutra não via nada demais a mulher fazer várias posições sexuais.

Não mais se permite, por lei e pelas mulheres, a condição de submissas aos homens. Assim, um novo tipo de relacionamento surge onde ambos devem se dar ao respeito, se verem como pessoas cujos sentimentos e obrigações devem ser compartilhados igualmente, isto é, ninguém é superior.

Escuta-se muito “no meu tempo os relacionamentos duravam 30, 40, 50 anos”. Por quê? Uma das explicações se deve a submissão da mulher ao homem. Submissão está econômica. A mulher, até a década de 1960, no Brasil, não podia trabalhar por falta de mercado de trabalho. Mulher fora criada para os afazeres do lar. Assim, a mulher brasileira era dependente do homem para poder sobreviver. Mas não só isto impedia a liberdade feminina, a mulher solteira, que não se casasse até os 20 anos de idade, era considerada problemática, como se ela tivesse algum problema físico ou mental. Desta forma os relacionamentos duravam “até que a morte os separe”.

 

Ancestralidade que ainda persiste nas mentes masculinas e femininas

O homem sempre foi o provedor do lar. Ainda há esta mentalidade na sociedade brasileira e em muitas outras. As regras sociais de que o homem deve pagar a conta, suprir o lar ainda imperam. Exemplo, a mulher espera que o homem pague algum evento a dois seja jantar, cinema etc. Representa cavalheirismo, por parte do homem, cortejar a mulher com pagamento. O homem teve boa posição socioeconômica, ser forte e corajoso, decidido e infalível. Tais características exigidas pelas mulheres remontam aos primórdios da raça humana onde o homem, troglodita, pela condição mesológica, usava a força física para proteger a mulher, que tem menos força física, e a prole. Era o homem o provedor das necessidades do lar, as necessidades básicas. As condições naquela época exigia-se primordialmente a aplicação da força física em detrimento da intelectualidade.

As características do homem em ser forte e corajoso, decidido e infalível, bem-sucedido socioeconomicamente representam, resquícios inconscientes, da era pré-história, das relações entre homens e mulheres. Períodos na história humana, mas a mentalidade ainda reinante.

 

A nova atualidade e os relacionamentos humanos

A força física não se faz mais necessária (único propósito ou condição) para a sobrevivência do homem, da mulher e da prole. Da pedra lascada aos computadores, a sobrevivência atual se dá pela capacidade intelectual através de estudos, observações e análises. Do ser bruto masculino, a condição de ser vivo também dotado de sentimentos e fraquezas como quaisquer outros seres vivos. À mulher, a capacidade de se autoprover graças à tecnologia – a liberdade dos afazeres do lar se iniciou com as criações tecnológicas como a máquina de lavar, o forno de micro-ondas etc. -, a abertura do mercado de trabalho para a mulher, as criações de leis e seus efeitos positivos na emancipação feminina na sociedade.

O homem não é mais o absoluto provedor do lar, das necessidades básicas dele, da mulher (cônjuge) e dos filhos. Também não é mais o ditador de regras de comportamento, das fantasias sexuais, dos planejamentos familiares. Agora, ambos são providos de direitos iguais, nos quais a mulher pode se manifestar quanto aos desejos profissionais, sexuais, da administração do lar. Eis a nova realidade nos relacionamentos.

 

Machismo nas regras de convivência entre homens e mulheres

Pelo exposto acima vimos que de certa forma ainda existe a mentalidade provedora, infalível ao homem. As regras de convivências entre homem e mulher quanto à cortesia, aproximação, provedor e protetor vieram de remotas épocas nas relações entre homens e mulheres, ou seja, da pré-história. Todo conceito de cavalheirismo, cortesão, e outros atributos, ditos especiais aos homens, são meras convenções adotadas com raízes nas relações da outrora humana.

Com os adventos ocorridos a começar pela Revolução Industrial e a se consolidar na Segunda Guerra Mundial e, principalmente, na criação da pílula anticoncepcional, a mulher passou a ser não mais expectadora, mas a diretora dos eventos. Ao homem, até então delegado a responsabilidade de maestro na vida da mulher, o coparticipante na vida a dois.

Destas mudanças nas vidas de ambos, cada qual se perde em conceitos instintivos, da era pré-histórica, das convenções formalizadas em comportamentos também pré-históricos. Tanto é que se a mulher for a cortesã, o homem fica melindrado ou passa a ter uma imagem negativa (libertina) – claro que tais conceitos também são regrados por eventos e convenções na história humana; à mulher liberal cabe a imagem de prostituta diante das interpretações religiosas, que muito se convencionou e ditou nos relacionamento sexual humano; há de considerar, também, que a mulher, antes do século XX, desposada pelo marido, não tinha condição de se sustentar, e muitas iam para o mundo da prostituição.

Pode-se dizer que o machismo é algo forjado, em primeiro lugar, na era pré-histórica e, depois, convenções religiosas (nas escrituras é possível ver que a mulher é submissa ao homem), sociopolíticas etc. – mas tudo com bases nos primórdios dos relacionamentos na pré-história.

Por isso, ainda existem homens que não querem se submeter às ideias das mulheres, pois representa a dominação da mulher, que é considerada ser fraco, diante do homem, o ser forte e destemido da natureza. Por outro lado, algumas mulheres se sentem no direito de mostrar que são fortes, e até mais capacitadas que os homens, impondo regras. Das infindáveis intrigas, ou guerra dos sexos, principalmente nos tempos atuais, os desentendimentos são as causas de muitas dissoluções matrimoniais ou simples namoro.

A ideia pré-estabelecida, que é arcaica aos eventos e modo de vida deste século (XXI), de que o homem deve assumir todo o atributo como provedor (sentimental, econômico) é o que está levando ao fracasso, término dos relacionamentos. Assim como a ideia de que a mulher deve ter ou estar em grau socioeconômico e psicológico abaixo do homem também é um detonador a dissolução da relação.

 

O que importa numa relação é o companheirismo

Enquanto a ideia machista – que são retrógadas e tem origens na era pré-histórica diante das condições mesológicas da época - prevalecer nos relacionamentos neste século (XXI), muitos dissabores existirão e se verão. É momento de o casal caminhar com ideias inovadoras, condizentes a este século (XXI) onde cada qual tem poder – não poder de superioridade, mas igualdade – de tratar o relacionamento com sentimentos voltados a felicidades de ambos, isto é, construírem sólida estrutura onde cada qual dá apoio ao outro seja sentimental, financeiro, sexual. Mas para isto é preciso coragem: o uso de “nós” e não de “eu”; enfrentar conceitos antiquados de cunho social, familiar e cultural.

É mais que momento sondar e por em prática algo que privilegia os seres humanos diante de outros seres vivos: comunicação oral. Ninguém lê os pensamentos de outra pessoa e não é sensato, maduro, querer que a outra pessoa descubra o que a outra pessoa está pensando. Eis um grande erro do ser humano, o é querer que as demais pessoas adivinhem os pensamentos alheios. Sem diálogo não há entrosamento, cumplicidade. Por mais que o ser humano tenha sensibilidade, ainda é falho, e se assim não fosse a natureza nos daria um perfeito cérebro capaz de ler os pensamentos alheios. Seja lá qual for os propósitos da natureza, o meio mais eficaz que proporcionou ao ser humano de se comunicar foi a comunicação oral. Tão extraordinária que é qualquer pessoa aprende sem necessidade de estudar; só necessário convívio. Claro que há pessoa que não podem falar, mas existe a comunicação por gestos. Enfim, a natureza e o homem sempre buscaram comunicações exteriores, pois, repito, não há o atributo de ler pensamentos alheios.

 

Assuntos de casais: só a eles cabem

Deixando os estereótipos culturais, o que importa é a felicidade do casal. Este é que sabe muito bem quais necessidades possuem em todos os âmbitos do relacionamento amoroso (sexual, sentimental, financeiro, complexo). Deixar que terceiros se intrometam - até podem opinar, mas é o casal que tem que resolver seus débitos (intrigas, desavenças, má interpretação, comodismo, arrogância, petulância etc.) - na relação conjugal é proporcionar fracasso ao relacionamento, pois só o casal sabe exatamente, quando há o “nós” e não o “eu”, os erros próprios uns aos outros. Por mais que se fale a uma terceira pessoa, o locutor jamais conta exatamente como é, como são os fatos ou como ocorreram; é algo inato no ser humano em se proteger e querer sempre ter a razão.

Afirmar é certo, quando conselho ou alerta de terceiro tem lógica em casos de: violência física ou psicológica; chantagem psicológica (amorosa); alerta de infidelidade; maus tratos ou abusos aos filhos; dilapidação do patrimônio conjugal; envolvimento com drogas ilícitas, contrabando ou atos ilegais na legislação brasileira ou internacional; tentativa de suicídio; vícios sejam as drogas legalizadas e não legalizadas. Mesmo assim jamais aceitar prontamente como verdade, infelizmente tem pessoas que não são felizes e querem destruir relacionamentos alheios, contudo averiguar.

Fora isto, os dissabores do casal devem ser analisados pelo próprio casal sem intromissão alheia seja de parente, filho etc.

Afinal, qual o relacionamento perfeito, saudável?

“Amélia é assunto de mulher desocupada, com complexos”.

“Homem sustentado por mulher é ser gigolô”.

Acima algumas frases que, infelizmente, ainda se escuta. Não há relacionamento perfeito, e o que é perfeição se o próprio ser humano não tem definição plena, mas só a delineia, concebe a cada geração.

Se a mulher gosta de ser Amélia não há nada de anormal nisto. Se o homem é sustentado por uma mulher, de nada de mal há nisto. O que importa é a felicidade de ambos imbuídos na simetria de felicidades. Como assim?

Se a esposa é Amélia, e o homem a adora por ela cuidar do lar, dele e dos filhos, não há o que dizer assimetria. Cada qual tem uma função, mas todas as funções convergem ao bem comum dos dois: união.

Se o homem é sustentado pela mulher, mas ele dá amor (físico e emocional) a ela, então há uma relação voltada ao bem dos dois. Não se baseia em troca de favores – quando feito pelo coração.

A correspondência de felicidade conjugal está na elaboração de atos, feitos, tarefas, sintonia, solidariedade, amor. Tudo que é feito de coração é verdadeiro e nobre. Engrandece a ambos, aos filhos, a sociedade e a nação.

Sei que é difícil entender diante da atualidade, onde mulher não é mais Amélia, e o homem, seja atual ou de outras gerações, jamais pode ser sustentado ou se tornar “Amélia” da esposa. Porém estamos diante de fatos deste século: situações. Há mulheres que ganham mais do que os homens, algum ficam desempregados por curto ou longo período de tempo. Assim, fica na dependência da esposa. Pode-se inverte, quando é a mulher que fica na dependência financeira do homem, que não causa muitos constrangimentos a ela já que ainda existe o conceito pré-histórico de o homem ser o dono, o forte, o imbatível ser vivo. Não é à toa que muitos homens, quando perdem empregos e ficam na dependência financeira da mulher, acabam por prejudicar o relacionamento: esfria a relação sexual, os carinhos, as palavras meigas, os atos de cavalheirismo. Não por culpa exclusiva do homem em si, mas por ainda existir as convenções trogloditas, machistas na cultura brasileira.

Convenções a parte, a felicidade é algo exclusivo do casal. Quem se preocupa com opiniões pré-históricas alheias tem em si a falta de maturidade, conhecimento das convenções humanas e suas causas e efeitos na saúde humana. Algumas boas, outras fatalmente prejudiciais.

 

Sinergismo na relação

Seja qual for a conduta do casal, a ele, somente ao casal, diz respeito. Quando ambos caminham, se direcionam para a felicidade real um do outro e concomitante de ambos, não importa qual posição a mulher ou o homem terão na relação. O que não pode haver é exploração, maquiavelismo. Exemplos:

1) Amélia exploradora: o homem prove o lar, mas a mulher apenas gasta o dinheiro do homem – do casal para ser mais exato já que comunhão de bens representa os bens são de todos – sem qualquer controle administrativo, contável, e ainda deixa a conta corrente no vermelho; não dá assistência materna ao filho;

2) O gigolô (literalmente): é sustentado pela mulher, mas a desrespeita perante seus amigos; bate; dilapida o patrimônio dela; faz escárnios quanto à cor, a silhueta.

Notaram? Nos casos acima há individualismo, exploração, maquiavelismo. Não há amor, universalidade.

Pensar e Existir. Seu blog que faz pensar, sair das convenções pré-históricas. Até outro momento.

This work is licensed under a Creative Commons license.

Share/Bookmark
BlogBlogs.Com.Br