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O erro na fala e as normas sociais de perfeição

Pensar e Existir - Há tempo não faço postagens aqui, por inúmeros motivos pessoais, e por certa exclusividade em dois outros blogs que possuo, como Brasil Progresso e Trânsito Escola.

Na comunicação verbal não se pode dizer que há erro quando o que se propaga é entendível aos ouvintes. Temos que nos ater ao fato de que na comunicação há simbolismos grupais, ou seja, grupos de surfistas tem seus dialetos, assim como de empresários etc.

No Brasil há sotaques e trejeitos em várias regiões, e não é por isso que vamos achar que um grupo social é melhor do que o outro. A comunicação oral é diversa, assim como a comunicação gestual. Em alguns países, o gesto de legal (usado no Brasil: dedo indicador levantado e demais dedos fechados) pode ser uma ofensa muito grave. 

O que me estarrece é ainda a presença narcisista em muitas pessoas que se acham melhores do que as demais. Outro dia ouvi um paraíba – é por que não dizer sua naturalização? É ofensivo? E seu eu chamar uma outra pessoa de carioca, paulista, mineira. Estou ofendendo cada uma? – falar. Algumas pessoas ao redor e atrás – todos comprando – começaram a rir. Notei que o cidadão falou errado “dois pão”. Tudo bem que é erro de concordância, mas é entendível. A balconista pegou dois pães e deu ao paraíba. Para minha surpresa ainda continuei a escutar anedotas sobre o erro do paraíba, que é ser humano.

Ora, na comunicação verbal, e até escrita, se há entendimento, não há o porquê causar constrangimentos ao outros. Disso vem a máxima de que nossa cultura ainda se baseia na superioridade e inferioridade. Superioridade tem a ver com o falar correto, assim como o escrever. Inferioridade é o inverso. Das classificações surgem conceitos preconceituosos e até segregacionistas na cultura brasileira.

Já ouvi de certas pessoas “não irei me juntar para não me contaminar”. Ora, “contaminar”? A pessoa que fala errada, sejam quais forem os motivos (desenvolvimento cognitivo tardio, falta de estudos – o que não é espanto diante das aprovações automáticas e a precariedade na educação brasileira –, problemas relacionados a arcada dentária etc.) não é uma doença contagiosa para a sociedade.

Mas há explicação quando vemos que teorias de superioridade vigoraram até o século XX, por geneticistas, por exemplo, de Francis Galthon, e pela teoria Ariana, de Hitler.

Na história humana a busca pela perfeição sempre foi um dos direcionamentos da humanidade. Assim, aleijados, gagos, canhotos, corcundas, todos eram vistos como pecadores (concepções religiosas), ou meras deformações da natureza onde não sobreviveriam por muito tempo (seleção natural).

Sim, em pleno século XXI tais concepções existem, não só no Brasil, mas no mundo. Tais conceitos só alimentam a desigualdade, a segregação, o preconceito, as perseguições em nome da “perfeição”.

Pior que tais ideias, ideologias, conceituações sociais (de melhor ou pior), sim, “contaminam” as novas gerações. Não é de se estranhar que vemos espancamentos, sadismos nos atos, de pessoas que agem em nome da “perfeição”. Negros, prostitutas, gays, mendigos, por exemplos, são alvos de pessoas detentoras de “perfeições”, e que agem em nome de uma sociedade “equilibrada”, “saudável”, “não pecadora”. Algumas agem como se fossem “anjos”, “arautos” do Senhor, contra a horda infernal que macula a Terra.

As concepções racistas, segregacionistas nos remete ao pensamento de que a raça humana está muito longe de atingir “ame o teu próximo como a ti mesmo”. O “proximo”, no ponto de vista dos “perfeitos” e “eleitos de Deus” soa como “próximo” a quem está de acordo com os costumes, o dialeto etc.

Qualquer diferença, de cor, de sexo, de religião, de estratificação social, não condiz com o “próximo”.

 

Fontes: Gestos que são considerados ofensivos na Índia | eHow Brasil

O significado dos gestos em diferentes culturas - Carreira - UOL Economia


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