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A eugenia a silhueta e o modelo perverso do capitalismo selvagem

Brasil Progresso – O Brasil é uma indústria de cirurgias plásticas, principalmente a estética. A panaceia da beleza perfeita tem levado milhares de mulheres, e também homens atualmente, às mesas cirúrgicas como algo extremamente normal, como tomar um cafezinho matutinal. Os médicos cirurgiões dizem que o procedimento operatório é simples e a recuperação é rápida, como se qualquer cirurgia invasiva não oferecesse riscos previsíveis e o imponderável. Se todo médico dissesse sobre tais riscos ninguém iria fazer a operação. O lucro diminuiria com a falta de clientela.

Como qualquer cirurgia há riscos inerentes que podem deixar sequelas gravíssimas e até causar a morte, o que é notório ao público. Há uma eugenia moderna mundialmente onde a cirurgia plástica passou a ser a anfitriã e principal meio de acabar com os “erros” da natureza. Mas não se pode esquecer que se o mundo está obeso, pelancudo, se deve aos alimentos industrializados, que cada vez mais fazem parte dos cardápios dos seres humanos. “Tempo é dinheiro” e assim o capitalismo desumano fere, em muito, os direitos humanos de todo ser vivo.

 

Lucros, exploração, condições de trabalho precárias, “escravidão de carteira assinada”.

clip_image002Com maestria Charles Chaplin levou as telas de cinema o pernicioso meio de produção que eram submetidos os trabalhadores. O ser humano era parte da máquina e sua vida, como ser humano não era admitida, pois máquinas não adoecem, não sentem fome, não têm sentimentos.

Tempos Modernos é um filme atual que nos leva a repensar sobre ser humano versus meios de produção.

Mas o que tem a ver o filme com as cirurgias? Muito. O consumismo é mãe do fortalecimento da economia capitalista. A luta ferrenha entre as indústrias é ferrenha, no tocante às indústrias alimentícias se vê que a alimentação nutritiva dá lugar ao aspecto puramente dos sentidos físicos, como paladar, olfato e visão (Testes Sensoriais).  Os fundamentos que movem as indústrias alimentícias se assentam em três ingredientes, a saber, sal, açúcar e gordura. Tais ingredientes são atrativos irresistíveis aos neurônios levando a compulsão alimentar. Assim, se tem consumidores satisfeitos “viciados” e acionistas muitíssimos felizes.

No livro “The end of overeating: taking control of our insatiable appetite” (“O fim da alimentação excessiva: assumindo o controle de nosso apetite insaciável”, em tradução livre), escrito por David Kessler, ex-funcionário da FDA (Food and Drug Administration, órgão norte-americano que faz o controle governamental dos alimentos), descobriu que os “vilões” da alimentação compulsiva são o açúcar, o sal e a gordura. No filme Super Size Me, produzido, dirigido e protagonizado por Morgan Spurlock, um cineasta independente dos Estados Unidos da América, ele mesmo se submeteu a alimentação “engraça” e “divertida” do  McDonald's. A intenção inicial era de somente comer produtos do  McDonald's por trinta dias, mas seu fígado, em menos de 30 dias, não aguentou e teve cirrose hepática. Morgan tinha corpo atlético e ficou com sobrepeso o levando a ter mudanças de humor, disfunção sexual, e dano ao fígado. Não é de se admirar que o McDonald's passasse a oferecer saladas e maçã. “Tudo” pelo saudável.

Não podemos esquecer que os EUA, no século XX, diante da Guerra Fria, não queria perder para a ex-União Soviética quanto ao controle mundial. Para persuadir os países aliados da URSS, e fortalecer o capitalismo nos países capitalistas, nada mais atrativo que mostrar ao mundo o sonho americano de “liberdade e prosperidade”. Assim, os comerciais eram “grandiosos” mostrando famílias felizes com TV’s, geladeiras, carrões, casas confortáveis, que no bloco socialista-soviético poucos tinham.  Mas para isso acontecer era preciso muito, mas muito trabalho para se produzir tais riquezas, e o consumismo era muito incentivado. Como “tempo é dinheiro”, os norte-americanos passaram a trabalhar mais e o tempo para alimentação ficou escasso. Não é de se admirar que os fast-foods (comida rápida) ganharam força nos EUA. A padronização, a mecanização e a rapidez aperfeiçoaram o atendimento, o que ocasionou a agilização do serviço, que, consequentemente, reduziu os  salários dos funcionários (garçons, cozinheiros) e contratações.

Comida rápida, eis a vilã da obesidade mundial que se tem neste século. As comidas rápidas não estão apenas nas fast-foods, mas nas prateleiras dos supermercados. No Brasil, por exemplo, o macarrão instantâneo é um dos produtos industrializados mais consumidos. Rápido na preparação, o trabalhador exausto - pela política de (i)mobilidade urbana, pelos péssimos serviços públicos na área de transporte, pelo aumento considerável de veículos particulares nas vias públicas abertas à circulação, pelas reclamações de consumidores insatisfeitos com as eternas violações de concessionárias de telefonia, água e luz aos direitos dos consumidores – não tem ânimo para preparar um prato nutritivo, como descascar alguns legumes, lavar vegetal e, assim, repor suas reservas calóricas e, principalmente, vitamínicas. O macarrão instantâneo é a salvação: “melhor” saciar a fome do que morrer de fome.

Uma engrenagem de eventos que leva o ser humano a ser doente tanto física quanto psíquica. E o que fazem os capitalistas selvagens, os que não ligam para os reais problemas e querem lucrar? Atiçam os complexos de personalidades nos seres humanos levando-os às mesas cirúrgicas como “salvação” aos seus problemas, de ordem emocional. O bisturi, “amigo” sulca a pele, a cânula desliza na camada adiposa, os tratamentos diversos de embelezamento ao emagrecimento surgem como luz para os conturbados conflitos psicológicos existenciais, de vítimas metropolitanas, que se sujeitam as articulações cruéis de indústrias alimentícias que só querem lucrar custe o que custar, com muito sal, açúcar e gordura. O Estado que deve se comprometer com a saúde dos habitantes nada faz de concreto e ocasiona colapso econômicos  com as consequentes internações hospitalares ocasionadas pela pressão alta, entupimento arterial e tantas doenças ocasionadas pelos alimentos industrializados. Por sua vez, as internações decorrentes de fatais casos de complicações pós-cirúrgicas plásticas, ou até levando a morte.

Eis os verdadeiros problemas.

E o cigarro?

imageE o que dizer do protecionismo do Estado brasileiro, e de muitos outros Estado, às indústria tabagistas? As substâncias perniciosas ao organismo humano são inerentes – pura demagogia, pois a folha de tabaco, no processo de processamento industrial tem substâncias adicionadas –, assim dizem as jurisprudências brasileiras e mundiais. Ora, se o risco de fumar é responsabilidade de quem fuma, por que, então, mundialmente, se combate o álcool e direção veicular? Ou seja, o cidadão pode comprar e fumar um cigarrinho de tabaco, mas se morrer, ou ficar perneta, a sua conduta o levou a isto, já ao alcoolizado que dirige representa perigo ele mesmo e as demais pessoas.

A lógica pode parecer sensata, mas não a é. Se o problema é morte, não importa se seja de fumante ou alcoolizado, a vida deve ser protegida. A diferenciação é um absurdo nos levando a pensar na estultícia humana em seus valores. Há ainda a justificativa de que se fecharem as indústria de bebidas alcoólica e de tabaco, o desemprego será de proporções épicas e causando colapsos dentro de um país e mundiais – importação e exportação.

Mais uma vez temos a imbecialidade  humana a nortear a vida dos seres humanos. Os danos provocados pela ingestão de bebida alcoólica e pelo hábito de fumar oneram, demasiadamente, os setores públicos de saúde, e também os particulares, nestes ocasionando planos aquém das possibilidades da maioria do povo brasileiro, e de outros cidadão em outros Estados. Outro problema se diz a interrupção na mão de obra, por tempo curto ou permanente. Quanto menos mão de obra ativa, mais se exigirá destes trabalhadores para se ter riquezas circulantes, assim como produções. Por sua vez, os trabalhadores não ativos onerarão os cofres públicos. É um clico que não tem como fugir.


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